Palácio Nacional de Queluz

Sempre que visito um monumento, não contento-me apenas a contemplá-lo. Preciso saber mais sobre ele, e por muitas vezes consigo viajar no tempo. Do tipo sonhar acordada e olhar para um jardim, escadaria, sala, quarto ou um objecto qualquer e visualizar uma história, um personagem.

Adoro saber a historia do local ou monumento, mas adoro as lendas e particularidades. Falo isso porque antes de tecer comentários sobre o Palácio Nacional de Queluz, preciso partilhar uma ideia. A maior parte das pessoas que visitam monumentos, não tem paciência para a história. Durante a escola acharam as aulas de história aborrecidas, mas no fundo adoravam os detalhes mais sórdidos, curiosos e que levassem a risos.

Por isso, acho que as pessoas que administram monumentos que não estejam sendo tão visitados quanto deveriam, bem que podiam como de um marketing se tratasse, divulgar algumas curiosidades dos locais e episódios mais cotidianos ou engraçados. Assim evitariamos cenas lamentáveis, que são as pessoas passarem por lugares e  objectos com tantos anos de história como se de um muro qualquer da cidade fosse, sem ao menos pensar que já cá estava antes de nós existirmos e de certeza aqui vai continuar quando formos deste mundo.

Ao contrário do Palácio da Pena, o Palácio de Queluz, parece não atrair tanta gente, o que é uma pena. Apesar de entradas gratuitas aos domingos e feriados até as 14hs.

Quem não o conhece, aconselho vivamente. É lindo! Conhecido por  muitos  como Versalhes português, realmente não fica muito distante apesar de terem tido habitantes com formas de megalomania distintas e construídos em épocas diferentes. O Palácio de Queluz, tem alma Portuguesa.

Não vou me debruçar sobre detalhes históricos, sobre quem construiu, quando ou quem o habitou, deixo isso para os historiadores. Passear pelas suas divisões e jardins permite cada visitante sonhar um pouco em como terá  sido  viver por lá, há muitos e muitos anos atrás.

Inevitável será dizer que foi residência oficial de D.João VI e sua familia, antes de irem para o Brasil.

Nesta cama nasceu em 12/10/1798, D.Pedro IV (para o Brasil D.Pedro I) e na mesma cama em que nasceu veio a falecer em 24/09/1834. (Vai dizer que não arrepia?)
Outra coisa engraçada, é ver a evolução dos costumes.
Não há no palácio, a semelhança do de Versalhes, um banheiro sequer (casa-de-banho). Numa época em que acreditvam que era mantendo a gordura do corpo que se preservava a saúde, o banho podia ocorrer apenas uma vez por ano, ou até mesmo apenas 4 vezes na vida. A higiene diária restringia-se a lavar apenas algumas partes do corpo.
Apenas encontramos esta espécie de "trono" ( um reservado, que não se sabe se ficava exactamente ai, apenas que é uma das peças mais recentes do acervo.

Porque chamar-se QUELUZ? Reza a  lenda que um príncipe, tentando orientar-se, perguntou aos companheiros com quem caçava "Quê luz é aquela que se avista?", sendo assim que a luz ténue de uma capelinha deu nome ao lugar de Quêluz (assim se pronunciava até ao séc. XIX).






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