Douro Vinhateiro - Peso da Régua


Há muito tempo, eu devia-me esta visita. 
Afinal, um apreciador do néctar de Baco, mais cedo ou mais tarde precisa do contato com a fonte de tudo...

Muitas fotos já havia visto e muitas opiniões recolhido, porém a região do Douro é indescritível! Precisamos dos 5 sentidos e mais alguns (se é que existem) para apreciar e usufruir de tudo que a região tem para nos oferecer.
Mesmo aqueles que não apreciem o vinho, com certeza irão aproveitar e muito um passeio ou estadia na região. Fica até difícil começar a enumerar o que temos aos nosso dispor.

Mas aqui vamos, traçar algumas considerações.

Visão: A sensação logo que estamos na serra a aproximamo-nos da região é a de que somos transportados para dentro de um cartão postal, é de tirar o folêgo! Todos aqueles tons de verde (sim era uma boa altura em termos climatéricos, início de julho de um verão ameno), os socalcos (a montanha recordada em escadas e devidamente plantadas), a cor da terra, o sol, o céu e claro o rio...

 











Audição: Os sons da natureza são inebriantes e muitas vezes o silêncio é tudo que precisamos para contemplar, esta dádiva da natureza.

Olfato: Uma mistura deliciosa de cheiros. A beira rio, o cheio carateristico dos rios e pescaria. No meio das vinhas, o cheio da natureza com o começar o odor das uvas.

Tato: Molhar as mãos a beira rio, sentir a terra, as folhas.... liberte-se.

Paladar: Ora, ora, seria impossível não falar no paladar, já que toda aquela região desperta em nós algo que nem sonhamos. Enchidos, grelhados, gourmet, cozinha tradicional, cozinha internacional, doces, tapas, vinhos etc... Há opções para todos os gostos. 

Pontos fracos: a região ainda está algo negligenciada do seu potencial turístico, um turista pouco habilidoso ou inexperiente  sentirá muita dificuldade em organizar visitas e escolher o que fazer e para onde ir.
Aconselho pesquisar um pouco pela Internet antes de ir e organizar-se na medida do possível e o GPS com as dicas de pontos de interesse acaba por ser uma mais valia.

Primeiro, o ponto com indicação de posto de turismo que encontramos mais facilmente perto da estação de comboio (trem), não é um verdadeiro posto de turismo. Depois, chegados ao posto de turismo, o mapa oferecido fica aquém do esperado a nível de indicações e não há indicações sobre quais as quintas podem ser visitadas na região, horários e outras informações.
A indicação é  do género: apontam no mapa a direção da estrada régua/pinhão e dizem no caminho para pinhão há algumas quintas que podem ser visitadas. Enfim! Dou graças por não ter precisados das indicações.

Mas felizmente os  pontos forte são maiores e muito mais marcantes.

Não posso deixar de referir, a delicadeza do povo da região, e o fato de durante um fim de semana ter conseguido esquecer que a crise e os problemas do país existem. Durante todo o tempo, as pessoas com quem conversamos não referiam logo a crise como em outros lados, o tema de conversa por lá é mais rico: natureza, vinho, azeite suas belezas naturais. é óbvio que a economia tem seu impacto e que os durienses não estão alheios, mas também não parecem estar o tempo todo a  chicotear-se com a crise.

Quanto ao preço, é um lugar como outros, para todos os bolsos, é uma questão de pesquisa, desde o alojamento, a alimentação etc... É preciso garimpar.

Fiquei satisfeita com a minha opção, nunca pretendo gastar muito no hotel, afinal quero conhecer novos lugares e não trocar minha cama por outra para dormir. Hotel tem que ter o básico, ser limpo, acessível se tiver outros atrativos tipo piscina em algumas alturas é uma mais valia.

Ficamos no Columbano, quartos pequenos mas nada que provoque claustrofobia, limpinho, pessoal simpático e preciso. Muito bem localizado, com parque para o carro e bom para passeios a pé. Um anexo com piscina e quadra de tenis disponível para hospedes (com vista para o rio e uma pequena área verde com árvore de frutos muito agradável para pic-nic). Um pequeno almoço (café da manhã), simples porém eficaz e bom. Preço muito acessível.


Alimentação: Como já referi, há de tudo um pouco, exceto as tradicionais cadeias de fast-food (não fazem falta nenhuma!!).
Recomendações: Restaurante gato preto, mesmo em frente ao cais da Régua, muito acolhedor, preços moderados e pratos apetitosos.
Não deixe de experimentar a sobremesa queijo acompanhado de porto ruby!
Para quem puder gastar um pouco mais (muito mais), ou apenas conhecer o lugar e desfrutar do wine bar ou lounge, tem o castas e pratos, que funciona num velho armazém (deliciosamente restaurado) na estação de comboio (trem).


 













Não se pode deixar de visitar o Museu do Douro que conta com uma excelente exposição permanente e que felizmente pude contemplar a exposição temporária sobre os 200 anos do nascimento da incrível personalidade D. Antonia "Ferreirinha". Pena não serem permitidas fotografias, uma grave lacuna.
Dispõe de restaurante, loja e uns animais muito engraçados a passear por lá.


Quanto a visitas a quinta da região, há algumas opções, porém as mais próximas e que valem a pena, quer pela amabilidade pela qual somos recebidos, pelo que oferecem, pela delícia de vinhos produzidos e pelo belo visual, indicamos especialmente a Quinta do Vallado e Quinta da Pacheca (ambas a funcionar também como unidades hoteleiras).


A quinta do vallado conta ainda com o atrativo extra de ter pertencido a D. Antonia e de hoje ainda ser propriedade dos seus descendentes.


Não posso ainda deixar de referir, que é impensável ir a região e não navegar nas águas do Douro, há diversas opções de passeios de barco, desde os 10 euros um passeio de 50 minutos até alguns bons euros por barcos hoteis ou passeios de dia inteiro.
Mas navegavar é preciso!




Enfim, depois de visitar a região do Douro, abrir uma garrafa de vinho do Douro, vai trazer muitas outras sensações e lembranças.
Será também impossível não relacionar o esforço humano devido a topografia do local, em sermos brindados com uma produção maravilhosa.
Daquela que é a mais antiga região (oficialmente) demarcada produtora de vinhos do mundo!

Um brinde para que quem ainda não tenha ido possa lá ir e quem foi possa voltar muitas vezes!!
 










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